[ Resenha ] A Invenção de Hugo Cabret de Brian Selzinick.
Hoje vamos falar de um livro muito diferente de tudo aquilo que você já leu :
É a obra "A Invenção de Hugo Cabret."
O livro foi concebido para ser uma reconciliação entre duas Artes magníficas, mas que despertam conflitos acirrados entre seus admiradores : o cinema e a Literatura.
Qual leitor não disse que o cinema fez uma adaptação sofrível de seus livros preferidos?
Ou ainda,que o diretor do filme retrirou partes importantes da trama contidas no livro e o filme perdeu sentido?
Pois esqueça tudo isso e venha se encantar com o livro/filme A Invenção de Hugo Cabret!
Conheça a obra literária
Livro: A Invenção de Hugo Cabret.
Texto e ilusrações: Brian Selznick
Númerode páginas: 534 páginas.
Literatura Juvenil
Edição: 2007
Subvertendo a ordem natural de apresentação de um livro, vamos suprimir temporariamente a sinopse!
Acredite, ela é dispensável e vou explicar agora mesmo o porquê!
Observe a lombada do livro- a parte lateral onde costuma ficar o título do livro e nome do autor em destaque.
O que voce vê?
Percebe a lateral de um rosto?
O nome do autor e o próprio título estão restritos à porção inferior da lombada, sem destaque algum.
Em Hugo Cabret, o destaque maior está nas ilustrações.
Já leu um livro com ilustrações? Certamente que sim !
As ilustrações geralmente sintetizam uma passagem importante do livro .
Em A Invenção de Hugo Cabret as ilustrações , feitas a cargo do próprio autor, é parte fundamental da trama!
As 27 primeiras folhas do livro - num total de 54 páginas em se contando frente e verso-, receberam ilustrações utilizando a técnica de grafite ( "lápis preto" sobre a folha).
Mais que isso.
Não são meras ilustrações!
São Pontos de Vista do narrador!
Nesta primeira sequência de ilustrações vemos a lua em primeiro plano, enorme, cheia. Em seguida, o céu, a Torre Eifell ao fundo, a estação de trens e um menino correndo pela estação, entrando através de um respiradouro da estação e acessando os ponteiros do relógio onde, pelo " Número 5" visualiza o senhor de uma Loja de brinquedos.
Nenhuma linha de texto, é preciso sentir as emoções do menino, interpretar o cenário, perceber cada detalhe de cada ilustração.
Observe abaixo algumas ilustrações do livro ! 👀
cenas /ilustrações feitas pelo autor. |
SINOPSE
Agora sim, vamos conhecer a sinopse:
"Hugo Cabret é um órfão de 12 anos que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Esgueirando-se por passagens secretas, Hugo cuida de gigantes relógios do lugar: escuta seus compassos, observas enormes ponteiros e responsabiliza-se pelo funcionamento das máquinas. A sobrevivência de Hugo depende do anonimato: ele tenta se manter invisível porque guarda um incrível segredo, que é posto em risco quando o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada Isabelle, cruzam o caminho do garoto. Um desenho enigmático, um caderno valioso, uma chave roubada e um homem mecânico estão no centro desta intrincada e imprevisível história. A história inspirou um filme: Hugo, que foi lançado em 2011."
O enredo
Alternando entre texto e imagem, conhecemos a história de Hugo Cabret.
O menino vivia com o pai relojoeiro e que trabalhava meio expediente num museu. O pai descobriu no sótão do museu um autômato . Ele revelou a descoberta para o menino que o incentivou a consertá-lo. De fato, o pai passou a frequentar o sótão para estudar o autômato e preenchia cadernos com desenhos intrincados referentes ao estudo que fazia.
O menino vivia com o pai relojoeiro e que trabalhava meio expediente num museu. O pai descobriu no sótão do museu um autômato . Ele revelou a descoberta para o menino que o incentivou a consertá-lo. De fato, o pai passou a frequentar o sótão para estudar o autômato e preenchia cadernos com desenhos intrincados referentes ao estudo que fazia.
Um dia, o guarda do museu trancou o pai de Hugo no sótão e o impensado aconteceu:: Um incêndio se iniciou destruindo o museu e mudando para sempre a vida do menino .
Agora órfão, Hugo foi morar com o Tio Claude, responsável pelos relógios da estação de trens e começou a ensinar Hugo a dar corda nos inúmeros relógios da estação...e a roubar.
Na verdade, passou a ser responsabilidade de Hugo cuidar dos relógios porque o tio vivia bêbado e um dia, não mais voltou para o quarto. Hugo ficou novamente sozinho no mundo.
Três meses se passam sem notícias do tio.
Agora órfão, Hugo foi morar com o Tio Claude, responsável pelos relógios da estação de trens e começou a ensinar Hugo a dar corda nos inúmeros relógios da estação...e a roubar.
Na verdade, passou a ser responsabilidade de Hugo cuidar dos relógios porque o tio vivia bêbado e um dia, não mais voltou para o quarto. Hugo ficou novamente sozinho no mundo.
Três meses se passam sem notícias do tio.
O menino decidira que o melhor seria manter a farsa e fingir que o tio ainda estava lá, cuidando dos relógios evitando assim ser mandado para um orfanatojá que não tinha outros parentes vivos.
Sendo assim, assumiu integralmente a responsabilidade de manter os relógios funcionando
.Hugo continuou seu trabalho e guardava os pagamentos semanais em cheque que o tio recebia a cada semana, por não saber como descontá-los.
Além disso, resolveu retornar nas ruínas do museu até o sótão, em busca do autômato que ainda estava lá, para sua surpresa. É verdade que a engenhoca estava , após o incêndio, num estado ainda pior que antes, mas Hugo tomou para si o desafio de consertá-lo e até passou a acreditar que havia uma mensagem secreta do pai escondida para ele e que seria revelada assim que ele consertasse o autômato..
Conseguiu arrastar o autômato até o seu esconderijo na estação e passou a roubar leite e croissants para se alimentar, assim como peças da loja de brinquedos.
Observou do esconderijo no ponteiro do relógio o dono da loja de brinquedos discutindo com uma menina.
Mas o pior aconteceu...mais uma vez.
O velho pega Hugo no flagra roubando um ratinho brinquedo da loja e começa a gritar pelo guarda da estação. Antes do guarda chegar, porém, ele manda Hugo esvaziar os bolsos e pega o caderninho que o pai de Hugo fizera os desenhos do autômato e por um motivo desconhecido, resolve não devolver o caderno. ao menino
O velho faz então Hugo pagar os prejuízos que tivera com os furtos trabalhando na loja, consertando os brinquedos e trabalhando na arrumação da loja. Se ele se recusasse a fazê-lo, o velho o entregaria como o ladrão da estação ferroviária para o guarda.
É quando Isabella- a menina que Hugo vira discutir com o velho-, diz que vai ajudar a resgatar o caderninho de Hugo. Isabella é, na verdade, afilhada do senhor Georges e ela e Hugo travam uma especial amizade . Mas o velho é muito mais que apenas um senhor da loja de brinquedos.
E aí reside uma das principais chaves do livro, e onde o autor traz um fundo de realidade à história narrada:
Tudo começa a ficar mais confuso quando Hugo consegue finalmente consertar o autômato que faz desenhos intricados e assina um nome : Georges Méliè.
Espantada, Isabella diz que aquele é o nome do seu padrinho Georges, dono da loja de brinquedos.
Porque uma máquina como aquela engenhoca assinaria o nome do padrinho?
Sendo assim, assumiu integralmente a responsabilidade de manter os relógios funcionando
.Hugo continuou seu trabalho e guardava os pagamentos semanais em cheque que o tio recebia a cada semana, por não saber como descontá-los.
Além disso, resolveu retornar nas ruínas do museu até o sótão, em busca do autômato que ainda estava lá, para sua surpresa. É verdade que a engenhoca estava , após o incêndio, num estado ainda pior que antes, mas Hugo tomou para si o desafio de consertá-lo e até passou a acreditar que havia uma mensagem secreta do pai escondida para ele e que seria revelada assim que ele consertasse o autômato..
Conseguiu arrastar o autômato até o seu esconderijo na estação e passou a roubar leite e croissants para se alimentar, assim como peças da loja de brinquedos.
Observou do esconderijo no ponteiro do relógio o dono da loja de brinquedos discutindo com uma menina.
Mas o pior aconteceu...mais uma vez.
O velho pega Hugo no flagra roubando um ratinho brinquedo da loja e começa a gritar pelo guarda da estação. Antes do guarda chegar, porém, ele manda Hugo esvaziar os bolsos e pega o caderninho que o pai de Hugo fizera os desenhos do autômato e por um motivo desconhecido, resolve não devolver o caderno. ao menino
O velho faz então Hugo pagar os prejuízos que tivera com os furtos trabalhando na loja, consertando os brinquedos e trabalhando na arrumação da loja. Se ele se recusasse a fazê-lo, o velho o entregaria como o ladrão da estação ferroviária para o guarda.
É quando Isabella- a menina que Hugo vira discutir com o velho-, diz que vai ajudar a resgatar o caderninho de Hugo. Isabella é, na verdade, afilhada do senhor Georges e ela e Hugo travam uma especial amizade . Mas o velho é muito mais que apenas um senhor da loja de brinquedos.
E aí reside uma das principais chaves do livro, e onde o autor traz um fundo de realidade à história narrada:
Tudo começa a ficar mais confuso quando Hugo consegue finalmente consertar o autômato que faz desenhos intricados e assina um nome : Georges Méliè.
Espantada, Isabella diz que aquele é o nome do seu padrinho Georges, dono da loja de brinquedos.
Porque uma máquina como aquela engenhoca assinaria o nome do padrinho?
Mas afinal, o que é um autômato?
Segundo o dicionário , autômato possui dois significados complementares:
1.
Máquina ou engenho composto de mecanismo que lhe imprime determinados movimentos (p.ex., um relógio, certos tipos de brinquedo etc.).
2.
Aparelho com aparência humana, ou de outros seres animados, que reproduz seus movimentos por meios mecânicos ou eletrônicos.
Autômato segundo ilustração feita pelo autor |
Assista ao Trailer legendado do Filme
Ganhador de 5 Oscars, o filme - ao contrário da imensa maioria -, é um retrato fiel da trama do livro
. Eu primeiro assisti ao filme , mas conforme fui lendo o livro relembrei cada parte do filme, num grande trabalho de reconstituição das ilustrações feitas pelo autor.
E tanto o personagem central quamto os demais são muito pareceidos com as feições dos personagens idealizadas pelo autor.Como foi dito acima, são expressões complementares para a narrativa, não competindo entre si.
Georges Méliè
Quem foi Georges Méliè?
Georges Méliès (1861-1938) foi um cineasta e ilusionista francês, um dos precursores do cinema.Considerado um dos artistas mais inventivos do cinema mundial. Sua técnica fazia uso de fotografias para criar efeitos. Seu filme mais conhecido é “Viagem à Lua”, de 1902.
E é tudo que posso falar sobre essa figura histórica para não estragar a magia do livro!
Minhas impressões sobre o livro
Ainda que originalmente escrito para ser literatura juvenil, a obra requer certa maturidade para ler e interpretar imagens e compreender situações que só são bem interpretadas pelo adulto, como a solidão e o sentimento de inutilidade experimentado pelos idosos como o velho da Loja de brinquedos e mesmo sua mulher.
É um livro sobre perdas e também sobre perdão e autoestima .
O livro é uma ficção histórica que aborda fantasia e elementos reais na narrativa.
É nos agradecimentos ao final do livro que compreendemos o objetivo do autor da Invenção de Hugo Cabret:
" Durante muito tempo quis escrever uma história sobre Georges Méliè , mas somente quando li um livro chamado"Edison's Eve: A magical Historiy of the Quest for Mechanical Life", de Gaby Wood, foi que a história realmente começou a tomar forma. O livro tratava da coleção de autômatos de Méliès, que foi doado a um museu, onde ficou desprezada num sótão úmido até ser jogada fora. Imaginei um menino encontrando essas máquinas no lixo e foi assim que a história nasceu. "
Então, gostaram da resenha? Deixe seu comentário!
💜 Até a próxima 💜
Michelle Louise Paranhos
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