[Resenha] A árvore dos frutos envenenados de Rebeka Prez

        Você conhece um livro que se enquadre na categoria Suspense policial de época?

        Nunca leu nada nesse estilo literário? 

        Pois venha conhecer A árvore dos Frutos envenenados de Rebeka Prez aqui no Blog. Você vai se encantar com essa narrativa!

     Livro: A árvore dos Frutos Envenenados

     Autora: Rebeka Prez

     Número de Páginas: 215

     Gênero: Suspense policial, mistério, romance

     Link:https://www.amazon.com.br/%C3%81rvore-dos-Frutos-Envenenados-ebook/dp/B07MMVX9VM

    Sinopse: Em 1957, a rotina da pacata cidade Aurora do Norte está prestes a mudar com o aparecimento de um corpo.Um crime misteriosos que promete revelar muito mais que um assassino.A observadora Cecília Venturini, integrante da primeira turma de mulheres na polícia paulista, é designada para a tarefa em uma parceria improvável com o difícil Roberto Pimentel,detetive em fim de carreira e alcoólatra. Desacreditada por muitos, poderia essa dupla resolver o quebra-cabeças?Segredos numa morrem.

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                                                                   O Enredo

      Esse foi o primeiro livro da autora que li através do clube do Leitor Nacional 2020. Após a leitura desse livro porém, já adquiri outros da autora e em breve trarei as resenhas deles aqui para vocês!

    Por ora, porém, vamos ao livro de hoje.

     O prólogo  se inicia em 30 de setembro de 1957, com um fato inusitado: um corpo feminino é encontrado por acaso, na pacata cidade Aurora do Norte - uma (fictícia) cidade interiorana localizada em Ribeirão Preto- SP,  quando o senhor Massatomi e seu filho Takashi vão ao rio pescar.

     A partir do capítulo 1 é que percebemos que essa data inicial se relaciona no futuro do enredo (Flashfoward,mencionado mais adiante na resenha); Mas... Fala-se sobre o futuro de quem?

 Aí surge o primeiro mistério da trama!

     O capítulo 1 se iniciará um ano e quatro meses antes desse achado fúnebre, em maio de 1956, quando conhecemos a professora da escola primária, Clarisse Medeiros. 

     Após uma temporada na cidade grande- Rio de Janeiro-, onde vivera com sua tia por anos, Clarisse está de volta à fazenda da família, onde moram sua avó, Leonor- a matriarca da família, e sua mãe , Selma. O pai de Clarisse morrera deixando Dona Selma viúva. Para a professora, seu pai não passava de " um bêbado viciado em jogos ". Foi sua avó, Leonor, quem pediu que Clarisse retornasse para Aurora do Norte. Depois de um tempo ela não só se readapta ao ritmo da pacata cidade como passa a lecionar na escola da região.

      A professora retorna à fazenda a pé depois de mais um dia letivo, quando é alcançada por um carro conduzido por nada menos que o diácono Júlio- por ela carinhosamente chamado de Julico; mais novo que ela três anos, eles foram amigos de infância.Ele, que ia até a Fazenda Medeiros para uma visita para a mãe dela e oferece-lhe uma carona.Na fazenda , enquanto o diácono conversa com Dona Selma e com a matriarca, chega à fazenda Paulo, que recém- retorna da inspeção à sua fazenda e negócios. 

      Paulo é casado com Mariane e fica curioso quando vê a jovem Clarisse, após o jantar, ler para os moradores da fazenda e os empregados. Clarisse lê Dom Casmurro e depois da leitura, todos debatem a trama. Paulo então pergunta se Clarisse gostaria de ler para um público maior, e a professora fica muito animada com a proposta.

     A próxima personagem que logo conhecemos é a jovem Policial Venturini. 

    Após uma história de sucesso- solucionou com êxito um crime cometido num acesso de ciúmes em Ribeirão preto,ela é novamente convocada pela sua comandante sendo designada para auxiliar ao delegado Siqueira, delegado de Aurora do Norte, a encontrar o paradeiro de Clarisse Medeiros de Sá, desaparecida há quinze dias.

"Vinte dias antes, a comandante Heloísa Furtado lhe chamara em sua sala quando Cecília voltava de mais um dia de policiamento na Estação da Luz, importante via de chegada e saída da capital de São Paulo. Assim como suas companheiras de turma, “as meninas de azul” como eram conhecidas, fazia parte de uma das primeiras turmas do Corpo de Policiamento Especial Feminino, criado em 1.955 pelo então Governador Jânio Quadros A principal missão daquele grupamento era a prevenção e combate à prostituição e delinquência juvenil, além de fiscalizarem o embarque e desembarque de passageiros em aeroportos e estações de trem. Juntamente com outras colegas, ocupava-se com os passageiros que chegavam de trem à cidade"

     Como parceiro a jovem policial terá a companhia do ébrio detetive Roberto Pimentel,que bebe durante o expediente se valendo do "disfarce da xícara de café". Nelito, o escrivão, nada revela sobre esse deslize do detetive para o delegado Siqueira, mas a atenta policial logo percebe a tremedeira do delegado, e resolve interferir, o que gera muitas discussões com seu novo parceiro.

     Cecília Venturini se hospeda na pensão de Dona Violeta Galante, cujo filho, Eduardo, é o médico veterinário da cidade. É ele quem revela que a jovem Clarice era noiva do Dr. André, advogado da cidade vizinha.

    Pouco a pouco Cecília e o detetive se embrenham na busca do paradeiro da jovem, até que o pior acontece: Massatomi e seu filho encontram a jovem professora Clarice afogada no rio.

"Roberto sempre fora muito sério e seco com Cecília, mas naquele momento parecia genuinamente preocupado. Aquela morte o perturbava tanto quanto a ela. Era frustrante não ter qualquer pista sobre o desaparecimento da moça, mas encontrá-la morta era ainda mais perturbador. Era a certeza de que o mal existia e se escondia, anônimo, naquela comunidade."

     Agora, o caso que era aparentemente simples toma um viés inesperado;Clarisse, a doce e amada Clarisse, fora encontrada morta com indícios de assassinato. E pouco a pouco, tanto a policial quanto Pimentel percebem que muitos são os suspeitos. Mas,não apenas a identidade do assassino é uma incógnita, como a verdadeira face de Clarisse. 

    O final é surpreendente e confesso que em determinada altura da leitura eu tinha três fortes suspeitos...Porém, fui "enganada" brilhantemente pela autora, pois nenhum deles foi o verdadeiro assassino-donde se concluiu que eu, enquanto detetive de mistérios, ainda tenho muito que aprender!☺

   Por fim, quero chamar a atenção de dois recursos de manipulação do tempo habilmente usado pela autora Rebeka Prez: o Flashback e o Flashforward.

   O Tempo do Discurso nada mais a manipulação que o narrador faz do tempo da narrativa, escolhendo contar a história fora da ordem cronológica de que os fatos ocorreram. Assim, através do Flasback,cohecemos o passado de um personagem; através do Flasforward, conhecemos o seu futuro!O prólogo dessa obra é um ótimo exemplo de Flashfoward , o que aumenta ainda mais o mistério.

    Entre indas e vindas, conhecemos o passado não apenas de Cecília, assim como vítima Clarisse Medeiros e do Detetive em fim-de-carreira Roberto Pimentel e compreendemos o porquê dele ter usado o alcoolismo como escape para seus tormentos psicológicos, dentre outros personagens importantes para a trama. 

   

                                                                         A Leitura Coletiva 

         Durante a leitura desse livro através de leitura coletiva no Clube do Nacional 2020 no WhatsApp (Se quiser participar conosco das próximas leituras e participar de nosso grupo, basta deixar seu nome nos comentários, certo?) nós debatemos muitos assuntos presentes na obra, como os fatos reais mencionados, tais como a primeira turma de Policiamento feminino e o preconceito com o fato de" serem mulheres policiais". 

        

        Na trama, a comandante de Cecília Venturini é Heloísa Furtado. A personagem é  uma homenagem à Hilda Macedo- advogada e coronel militar, que comandou as "!3 mais corajosas" como eram conhecidas das 12 selecionadas das 50 mulheres que se candidataram a receber o curso intensivo de 180 dias na Escola de polícia de são Paulo.

        Em 12 de março de 1955 foi criado o primeiro Corpo de Policiamento especial feminino da Guarda da Guarda civil de São paulo- primeira instituição militar  a admitir mulheres no Brasil e na América latina.

      A autora fez uma extensa pesquisa para contextualizar a obra trazendo bastante veracidade ao enredo. Assim, somos remetidos à década de 50, e mais que meros observadores, entramos em contato com os sentimentos que aquele pioneirismo despertou, assim como lidamos com outras questões comuns à época daqueles que seriam para sempre lembrado como os Anos Dourados.

                                    

 A verdadeira Hilda Macedo

Foto oficial das 12 mulheres em 1955, ano da criação. Na foto não está a Comandante Hilda macedo

     Fonte:https://www.facebook.com/POLICIAMILITARDESP/photos/gotas-de-hist%C3%B3ria-cria%C3%A7%C3%A3o-da-pol%C3%ADcia-feminina-60-anosas-13-mais-corajosas-imagem/826794467356243/

                                                           A árvore dos Frutos Envenenados 

       

                                Fonte:https://www.facebook.com/canalcarreiraspoliciais/posts/787089228040030/

     O título da obra A árvore do Frutos Envenenados  remete a esse verdadeiro desafio policial/jurídico que vai trazer um dilema ainda maior na descoberta do assassino de Clarisse. Não basta  descobrir o assassino; é preciso obter provas lícitas....

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   Gostaram de conhecer um pouco mais desse livro repleto de reviravoltas e mistérios? Não deixe de conferir a obra na Amazon, pois essa trama vai surpreender você! 

    Deixe seus comentários e até a próxima resenha!

                                                           Michelle Louise Paranhos