[Resenha] Entre a Justiça e a Obsessão de Tici Pontes
Entre a Justiça e a Obsessão foi o primeiro livro que li da autora Tici Pontes. A obra chegou a mim através de uma leitura coletiva especialmente para o grupo Autoras Reunidas onde, utilizando a plataforma Whatsapp,lemos uma seleção de livros previamente escolhidos para o ano, sendo um título de cada autora do grupo. Esse foi o título lido em Março de 2020, ainda em início de pandemia, quando a vida de todo mundo meio que deu um nó, não é mesmo?
Mas,com o tempo, vamos nos adaptando a esse (novo) normal-será mesmo algo normal o que viveremos daqui em diante?
Enfim, o que quero dizer é que finalmente estou conseguindo organizar um tempo para por o blog em dia. Sendo assim- e sem mais delongas,vamos então conhecer a obra?
Autora: Tici Pontes
Número de Páginas: 261
Link da Amazon: https://www.amazon.com.br/Entre-Justi%C3%A7a-Obsess%C3%A3o-Tici-Pontes-ebook/dp/B07GFPFR85
❤❤❤
O enredo
No prólogo conhecemos o detetive Matt,sua esposa Jenny e as crianças Ava e Wiliam.
A cena seguinte se desenrola diante de nossos olhos. A narrativa tem esse grande apelo visual,nos colocando como testemunhas oculares daquele café da manhã.
As crianças parecem intuir a agitação de seus pais e estão particularmente implicantes um com o outro. Wiliam tem oito anos e Ava, seis. Jenny tenta controlar os filhos briguentos,ao mesmo tempo que acalma Matt,que terá pela frente o dia mais importante de sua carreira, quando então prenderá o assassino de três meninas, entre 13 e 16 anos de idade.
E então o impensável acontece: Matt é baleado na porta de casa e morre diante da mulher e filhos!😢
Aqui, quero fazer um aparte; Tenho por hábito ler a sinopse somente após a conclusão da leitura da obra. Imaginem o impacto que tive ao me deparar com essa cena:
"Senti quando ela se curvou sobre o meu corpo e aquele abraço de despedida me deixou calmo e preparado para o que viria em poucos segundos. Eu ia morrer. Estava certo disso. Com esforço levantei uma das mãos e acariciei o rosto de Jenny, manchando-o de sangue. Ela fechou os olhos ao sentir meu toque, as lágrimas se misturaram ao sangue, as forças deixaram meu corpo e meu braço caiu. Então a escuridão tomou conta de mim, e de repente, o coração que pulsava em meu peito de forma acelerada, foi ficando cada vez mais lento e descompassado, até que parou de bater"
Desde o primeiro momento o leitor tem certeza de que o principal suspeito é mesmo o assassino Henry Evans, pois havia provas contundentes contra ele, entre elas o DNA das vítimas.
Além disso,aos crimes anteriores seria agora somado o assassinato de Matt, certo? Bem, seria...se Jenny não fosse surpreendida com a notícia de que as provas pelas quais o marido trabalhara incessantemente por dois anos para obter-dando a própria vida literalmente, por elas-,sumiram como num passe de mágica.
"Não tem nada tão ruim que não possa piorar", já dizem as más línguas. Nos dois capítulos seguintes, a a narrativa é feita sobre o Ponto de vista de Jenny.O caos se instala: os filhos do casal assistiram a morte do pai; William escuta a conversa da mãe com o policial Taylor-e agora ex-parceiro de seu marido-, de que as provas que colocaria Evans na cadeia, sumiram.
Enquanto isso, a menina, Ava, parece não entender de que o pai não voltará nunca mais, até que finalmente entende de que o pai está mesmo morto, assim como o pequeno Nathan, seu irmãozinho mais novo,que morrera com dois meses de vida de síndrome de morte súbita, dois anos atrás.
Como mãe, confesso, tive que respirar muito fundo ao ler isso, e a autora foi, cruel ironia, muito feliz com a condução da narrativa, por conseguir imprimir toda a dor de cada um dos integrantes daquela família destruída.
E é especialmente triste ler as palavras de uma criança jurando crescer, virar um policial para vingar a morte do pai.
"Consegui enxergar dentro dos olhos de William, que ele realmente acreditava no que dizia, e que, apesar de ter apenas oito anos de idade, meu Will faria de tudo para vingar a morte do pai."
A partir do terceiro capítulo há uma passagem do tempo. Vinte anos se passam. William é policial há seis anos e finalmente virou detetive do divisão de homicídios.Foi um longo período de tentativas para alcançar esse posto, desde que entrou na academia de policia aos 21 anos, como oficial de policia de Coldvile, norte dos Estados Unidos.Com 28 anos e um divórcio no currículo, ele conquistara o cargo com que tanto sonhara, o primeiro passo para conquistar a tão sonhada vingança paterna.
Os personagens
William está separado de Valerie e é pai do pequeno Dylan e, assim como seu falecido pai, não consegue ser um pai prsente para o filho, por estar sempre envolvido com o trabalho. Mas, ao contrário de Matt, William sente que seu casamento fracassou porque Valerie- médica e ele, focado em conquistar uma posição no departamento de homicídios-, priorizara as respectivas profissões e não o casamento.Mesmo ausente, Matt e o filho criaram laços, o que agora william tem dificuldades de estreitar laços com Dylan.
Quando William vai para o departamento o Taylor- antigo parceiro de seu pai- agora é o chefe e designa a parceira para William- Watson. A detetive tem uma personalidade forte e já está trabalhando num caso, e os parceiros têm discussões calorosas, por assim dizer, porque ele achava que poderia se dedicar integralmente à sua vingança, mas Mackenzie Watson tinha outros planos!
Amei a resenha, Michelle! Você escreve bem demais! Gostei muito desse livro, li rapidinho, a trama é conduzida com habilidade, não tem enrolação. Bom demais! Recomendadíssimo!
ResponderExcluirMuito obrigada Alane, fico feliz em ler seu comentário 😍
ExcluirParabéns pela resenha!
ResponderExcluirMuito obrigada, Sandra 😍
ExcluirPerfeita sua resenha.
ResponderExcluirGostei muito do livro, vale muito a pena a leitura.