Lembranças...

"Lembranças..."
Um dos simbolismos com que identificamos a paixão e/ ou o amor apaixonado,é a figura do coração flechado,representando a pessoa que foi atingida pela "flecha do Cupido",o deus do amor romano.
Interessante pensar que o sentimento

 que traz alegrias também traga dor,como o sofrimento da flecha que atravessa o coração desprevenido.

Uma das maiores fontes de mágoas e lembranças dolorosas são os amores rompidos,entretanto.Todo mundo traz em um "arquivo morto da memória"( e é bom que assim seja,se a lembrança for muito presente é bem pior) um romance que não deu certo,ou que sequer teve início.Mas não é só de amor que se preenche este nosso arquivo morto emocional:também de tudo aquilo que sonhamos- e não pudemos ou conseguimos realizar,e mesmo as opções que não fizemos,mas que gostaríamos de ter feito...
Não tive como não pensar nisso ao ler a reportagem que afirma que, muito em breve ,deixará de ser terreno da ficção e se tornará real, um medicamento que eliminará lembranças negativas.
O estudo afirma que isso será importante para amenizar os sofrimento intenso de algumas pessoas ao se recordarem de lembranças dolorosas,prevenindo certas doenças provocadas por estas recordações.
Isso já até rendeu um filme recente,chamado "Brilho eterno de Uma Mente sem Lembranças",com Jim Carrey e Kate Winslet,em que o personagem tentava apagar as lembranças do relacionamento(e seu fim) através de uma empresa especializada.
Muitas pessoas tem sim muita dificuldade de lidar com a dor da perda,e ficam doentes,cultuando a lembrança do objeto de seu amor, exaustivamente.
Outros,lembram de pessoas que se foram e deixaram saudade em dias específicos;um dia repleto de dor e mágoa.
Mas a maioria de nos está entre os extremos.Não permanece sempre lembrando do objeto da saudade,porém quando uma determinada música,um perfume,até mesmo o sabor de uma comida nos faz recordar,as lembranças vem com intensidade e cercada de afeto, sendo geralmente,o pesar.
Eu também tenho muita coisa guardada neste arquivo morto mental,claro,como todo mundo,porém prefiro muito mais recordar as alegrias que tive, do que simplesmente apagar parte da minha história pessoal, esquecendo para sempre a memória do que vivi.
E se assim fosse,o que ficaria no espaço destinado à tais lembranças?Será que as alegrias teriam o mesmo sabor se nossas vidas tivessem só momentos prazerosos?Abrindo mão da tristeza,também não nos despediríamos da felicidade?(Michelle Paranhos)

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